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quarta-feira, 15 de maio de 2013

RELEMBRANDO ZUMBI!



Em 1545, o donatário da Capitania da Paraíba do sul, Pedro de Góis escrevia ao seu sócio em Lisboa, Martim Ferreira, solicitando a remessa urgente para a referida capitania de “ao menos setenta Negros de Guiné”. Ele contava dali a um ano e meio despachar para Portugal, duas mil arrobas de açúcar, desde que seus sócios providenciassem a vinda do maior número possível de colonos e, principalmente, de escravos africanos. Em 1559, com Dona Catarina como Regente de Portugal, assinada a permissão para que cada um dono de engenho no Brasil, pudesse comprar até 120 escravos africanos. Era o passo inicial para um famigerado sistema de dominação e escambo que, durante três séculos dominaria as três Américas e, em específico, o Brasil.

Cinqüenta anos mais tarde, este tráfico crescera à proporções estarrecedoras envolvendo desde a Igreja Católica e Protestante até o mais simples fazendeiro, transformando a proporcionalidade entre brancos e negros no Brasil à dois negros para cada branco. Como é sabido, o tratamento que os traficantes e os senhores de engenho davam aos escravos era extremamente desumano, chegando mesmo às raias do sadismo. Os escravos que na África, em suas tribos, eram rivais de outras tribos, no Brasil se uniram contra o colonizador português e, unindo-se, trocaram informações e conhecimentos os quais foram úteis aos processos de fugas e instalação de refúgios. Estes foram chamados de Quilombos.

Em apenas cinqüenta anos os quilombos foram aparecendo por toda a colônia levantando uma bandeira de resistência contra o colonizador português. Tal fato, não aconteceu nas colônias americanas do norte devido aa massificação protestante que não permitia a identificação étnica dos escravos, limitando-os à um primeiro nome e o sobrenome do proprietário dele. No Brasil, obviamente foi estabelecido um sistema de combate aos quilombos mediante a contratação de bandeirantes, mercenários e capitães do mato. Em grande parte vencedores, os contratados dos fazendeiros levavam a vantagem de estarem bem municiados e respaldados por recursos financeiros, enquanto os habitantes dos quilombos contavam apenas com os recursos que os locais lhes fornecia e suas táticas africanas de origem.

No começo do século XVII foi construído em Alagoas o primeiro Quilombo dos Palmares, o mais famoso de todos do Brasil. Palmares era uma verdadeira cidadela de resistência à todos os ataques vindo por parte dos fazendeiros. E o foi por quase um século. O complexo de Palmares começou com o quilombo do Amaro, depois com o Sucupira, seguido do Macaco e finalmente o quilombo do Gigante. Exceto o Quilombo do Gigante, todos os demais foram destruídos pelos próprios ex-escravos. Estima-se que a população de Palmares tenha chegado a cerca de 25 a 30.000 pessoas, no período compreendido entre 1620 e 1695.

A organização Palmarina em nada devia aos costumes e leis européias, vez que já a tinham na Velha África. A descrição do navegador holandês Olfert Dapper em 1602 relata a cidade de Benim na áfrica Ocidental( Nigéria) como “sendo uma cidade composta por ruas largas e perpendiculares com casas construídas lado a lado, com um ou dois pisos, sendo que tais ruas de tão extensas não se vê o fim das mesmas. Toda a cidade é ladeada por grandes paliçadas e profundos fossos”. Imagina-se portanto que o famoso Quilombo do Gigante em Palmares construído pessoalmente por Zumbi tenha sido 85 anos depois deste relato algo igual ou superior a cidade de Benin. Caso contrário, não teriam sido necessários 11.000 soldados e 5 anos de cerco com artilharia pesada e canhões para destruí-lo.

Os habitantes de Palmares, liderados por Zumbi e Gangazuma e estes assessorados por hábeis generais como Bambuza, Cynianta, Dumdum, Mukumbe, Papua, Shegun e outros valorosos membros das elites tribais africanas trazidas para o Brasil tinham uma estrutura de defesa e uma capacidade de resistência somente comparável à cidade de Tróia na história da humanidade.

Dentro do campo da subsistência diária, líderes como o sumo sacerdote Bambushê Adinimodó e o sacerdote Kaundê obtiveram ensinamentos sobre agricultura extensiva e rotativa sendo esta última completamente ignorada por parte dos fazendeiros brancos. A resistência de Palmares ante aos inúmeros ataques que sofreu por tropas enviadas pelo Governador geral do Brasil em Salvador e pelo governador geral da Capitania de Pernambuco em Recife só foi possível mediante a doação de armamentos que lhes foi feita por Maurício de Nassau durante a permanência dos holandeses no Brasil, de 1637 a 1654.

A terra pertencia a todos e o seu produto era dividido por todos. Cada habitante tinha sua residência e podia plantar dentro da área de sua residência o que bem entendesse. Os trabalhos de construção, preparo de lavouras e estoque eram divididos por todos. As crianças eram ensinadas e preparadas desde a infância para todos os eventos desde os costumes tribais até a guerra. As mulheres eram encarregadas da tecelagem e guarda do estoque de alimentos nos silos destinados a tal.

Tal foi a importância da estrutura do Quilombo de Palmares que seus produtos em lavoura e artesanato foram durante anos comercializados com os habitantes das cidades de Recife, Una, Porto Calvo e Seriahem obtendo a preferência dos habitantes ante aos produtos oferecidos pelos fazendeiros locais. Uma das razões desta preferência devia-se a melhor qualidade e tamanho dos produtos de Palmares conseguidos com suor, mas sem lágrimas.

Enquanto existiu, o Quilombo dos Palmares foi a maior dor de cabeça que Portugal e Algarves tiveram no Brasil durante o século XVII, levando o Conselho Ultramarino de Lisboa à loucura total e desespero, investindo altas somas para sua destruição. 1.500 fidalgos portugueses viviam estritamente do tráfico de escravos para o Brasil, o qual, atingiu a soma de 8 milhões de almas. Zumbi dos Palmares deixou uma grande lição na sua luta contra o colonizador branco: A liberdade é um bem precioso demais para ser desperdiçado. Muitos serão libertos e novamente se jogarão como escravos. Para estes a liberdade jamais existiu e jamais poderá existir.

Palmares foi finalmente destruído no dia 20 de novembro de 1695, depois de pelo menos 5 anos de ataques sucessivos liderados por Domingos Jorge Velho, André Furtado de Mendonça e Bernardo Vieira de Melo em expedições financiadas pela Coroa Portuguesa e fazendeiros locais. Por este feito, ambos receberam concessões de sesmarias e prêmios, depois de levarem a cabeça de Zumbi (?) a Recife. Mas tanto Jorge Velho, como André Furtado de Mendonça e Bernardo Viera de Melo tiveram ao invés da glória, um fim trágico. O primeiro, após radicar-se no Ceará, morreu no total esquecimento. Bernardo Vieira de Melo foi preso em Porto Calvo a mando do Governador Caldas e remetido à Lisboa, onde morreu na prisão. André Furtado de Mendonça, preso por envolvimento com uma insurreição, foi assassinado por desconhecidos.

E quanto a Zumbi?

Zumbi está cada vez mais vivo em nossa história, não só como o herói do povo negro, mas como um ícone da luta pela LIBERDADE

VODUNS!








Os Voduns são ícones ou "Orixás" da Cultura Jêje. São diferentes dos Orixás tradicionais pois não pertencem somente à estrutura de criação do Planeta Terra. Estão acima dos Orixás, pois pensam, decidem e têm senso de distância, pena, ódio, amor, tempo. São Tridimensionais, Binários e Ternários, Holográficos, Lógicos, Aleatórios e infalíveis. Alguns têm a sua "origem" fora do mundo e, outros ainda, fora do próprio Sistema Solar – porquanto alguns, são legitimamente extraterrestres. Os Voduns, em sua grande maioria, foram seres humanos e ou, anjos, que participaram do "assentamento" do "macaco pensante"- (ser humano) no mundo. (Vide Bíblia - Gênesis 6.) – (Vide Titans na Mitologia Grega).

Exemplos de alguns Voduns originais: Profeta Elias, Profeta Enoch, Profeta Eliseu, Noah (Noé), Nimrod (Oduduwá) Moysés, Josué, Helena de Tróia, Judith, Maria Madalena, Hamurab, Golias, Alexandre, O Grande e tantos outros. A codificação dos Voduns foi feita por Jethro, Sacerdote da Tribo de Dan (uma das 12 Tribos de Israel), sogro de Moisés, que o acolheu quando este foi expulso do Egito. Jethro ensinou à Moisés como usar os poderes mágicos que Jeová lhe concedera no Monte Sinai. Portanto, Voduns representam a capacidade de Mutação, restauração e evolução eterna em ambos os sentidos. São espíritos importantes na "constituição" de uma nação ou tribo. Os Voduns, necessariamente são espíritos ou energias racionais que comandam o estrutural da vida de muitos seres humanos ou comunidades. Os Voduns detém todo o poder sobre os Orixás, alterando-os, modificando-os e dirigindo sua força quando necessário. Alguns Voduns foram Nephlins.

A magia dos Voduns é poderosa e altera sistemas governamentais e sociedades. Um exemplo disto, está na "Família Kennedy" cujo ancestral Joseph Kennedy não cumpriu com as promessas feitas ao sacerdote do seu próprio Vodun, gerando com isto toda a tragédia que vitimou seus descendentes. Erroneamente este ritual está classificado pelos dicionaristas menos competentes ou menos avisados, como "pratica de magia negra". Não existe prática de magia branca ou negra – existe prática de magia positiva ou negativa. A única diferença entre a magia Vodu e as demais, é que, o Vodu funciona para o bem ou para o mal. É a eterna luta entre o Faraó Ramsés II e Moisés – qual a Cobra mais poderosa ? A cobra do Rio Nilo ou a Cobra do Jardim do Éden?

Mas os Voduns conseguiram tanto com seus Arquétipos Positivos, quanto com seus Arquétipos Negativos, chegar aos nossos dias em nossas Américas: - Nova Orleans, Haiti e Maranhão (Brasil). Está aí no Boi de Matraca, Tambor de Crioula, Terecô, Tambor da Mina do Maranhão, Tambor Dagomé de Cachoeira na Bahia, Batuque Oyó do Rio Grande dos Sul e tantos outros rituais da Cultura Jêje espalhados pelo Brasil, talvez o maior herdeiro da Cultura Vodun do mundo.

Dezenas de Voduns que são hoje conhecidos nos "candomblés" da Bahia, foram "importados" desta cultura habraico-sumeriana. Spakatá, Nanan Burukú, Aguê, Aziri, Abotô, Neossum, Ajagunan, Ajagun, Legbá, Bará, Tobôssi, Fá, Nikassé, Oduduwa, Zomadonu, Davissés, Ewá, Olókun, Oxunmarê e Dan, são apenas alguns nomes, de centenas de Voduns que hoje habitam o Brasil e interferem na política, na genética e no futuro do país. Fizeram presidentes, senadores, governadores, deputados e governadores. Alguns para o BEM, outros para o MAL. Cada um recebeu a sua oportunidade. Se a usou da forma certa e para o bem do POVO, está "colocado". Senão, virou um "Zumbi" escravo de outros tantos piores do que ele próprio. Assim é o JÊJE ou Vodú..Uma opção entre o certo e o errado, entre ser bom ou perverso. Entre ter o poder político ou financeiro e distribuir pelo POVO, ou usar isto tudo a MASSACRAR o POVO. Mas é preciso não se esquecer que o VODUN veio do Povo, para o Povo e pelo Povo, assim como Abrahão, Ismael, Isaque, Jacó, Moysés, Davi, Jesus e tantos Santos sacrificados.

O dia no qual os sacerdotes (políticos ou não), assim como Jetrho, olharem para o Povo, os Voduns alcançarão seus filhos e mudarão todos os Sistemas de Governo. Caso contrário, não há necessidade de sacerdotes, pais-de-santo, babalorixás, pastores, bispos ou padres. Os Voduns farão sua ligação com o POVO, sem a necessidade de intermediários. E aí, "O Fogo do Céu" cairá sobre os Palácios do Governantes. Exatamente como aconteceu no passado. Vodun é Vida, é Preservação da Espécie, é Evolução!

Antropologia, Totens, Origens, Voduns e Bossuns
da Cultura Jêje

Tese de antropologia - prof. Eduardo Fonseca Júnior
Apesar de ter influído em grande escala na cultura Yorubá no Brasil, à ponto de ter centenas de vocábulos, práticas e rituais inseridos naquela cultura, o Jêje tem as suas raízes, totens, famílias e origens estabelecidas com grande fundamentos em alguns locais do Brasil, como Cachoeira e São Félix, na Bahia, Recife, em Pernambuco, São Luiz e Codó, no Maranhão. Tal é esta influencia, que criou-se o termo Jêje-Nagô, para se identificar a mistura do Yorubá com o Ewe, Gá, Fanti, Ashanti, Mahii, Mina, etc. – Isto, sem se falar na assimilação cultural feita pela cultura Angola, às varias raízes Jêje.

Está a provar o fato, a existência de termos como Do fono, Dofonitin, Fomo, Fomuntin, Gamo, Gamutin, Vimo e Vimuntin, (palavras do dialeto Ewe), que identificam tanto no ritual Keto, como no Angola, a nomenclatura ordinal de um “barco” iniciático de Yiawos (noviços), nestes rituais.

Palavras como Acassá, faca (faka), garfo (gaflo), forno (fono), de origem Fanti, estão totalmente assimiladas pelos demais rituais, bem como, pela população brasileira em geral. A palavra Tijolo (Tijoló ), de origem Fon dahomeana, está inteiramente inserida no idioma português, sendo referida milhares de vezes, diariamente nas construções civis do Brasil.

Para deixar estabelecida esta forte influencia cultural dos grupos étnicos da Costa do Ouro e Mina, representados por países como Ghana, Togo e Benin (ex-Dahomé ), na Cultura Afro-Brasileira, daremos a seguir a relação das famílias, totens e Voduns da Cultura Jêje, estabelecidos no Estado do Maranhão:

Casa Fanti-Ashanti de origem Akan Osopong de Ghana. (São Luiz) – MA.
Família Osopong:
Bossuns Masculinos (Oboró):

– Akosombo – Bonsutuy – Kipong – Akan-Kuamo – Mapong
– Etekó – Nysepon – Legon – Luepon – Afosun – Agubobo
– Alabyapong – Aguidihe – Okoinin – Bokulofin – Nikoransa
– Tombalasy – Obaila – Irete

Obs.: Os Bossuns são o mesmo que Voduns, ou seja, Orixás. A diferença está na maior ou menor ligação familiar da “casa” com a divindade. Na realidade, são palavras-sinônimas, uma da outra. Quanto à palavra “Oboró” significa MASCULINO, ou Santo Macho.

Da mesma família de Osopong (Oulisa) da Casa Fanti-Ashanti:
Bossuns Femininos (Yabás):

– Kobina Amanfi – Manupongy – Mientwi – Oti Akentin
– Maswi Gadwi – Adanse – Dangowe – Osimpongy
– Buinka – Amabow

Existe um fenômeno na Família de Voduns Osopong, dentro da Casa Fanti-Ashanti de São Luiz do Maranhão. Entre os Bossuns femininos encontramos um que atende pelo nome de “Name Unknown”(em inglês, “nome desconhecido”). Está claro que esta Divindade feminina, há pelo menos 300 anos, esconde seu verdadeiro nome, usando um termo em inglês, fato que tem passado desapercebido pelos freqüentadores e zeladores locais. No entanto, é uma das maiores provas da “diáspora” afro-brasileira e transmigração de energias metafísicas de um continente para o outro, vez que “Name Unknown” tem passado de médium para médium, (de filho ou filha para filho ou filha), expressando-se em Fanti, Ashanti, Inglês e Português.

Obviamente, sabemos que a influência da colonização inglesa na Costa do Ouro, data de 1550 quando lá aportaram os primeiros corsários e mercadores da Inglaterra. Este é um dos fenômenos de meta-temporalidade, metafísica e para-normalidade que está a clamar por uma análise científica apurada e um estudo antropológico por parte das Universidades e autoridades pertinentes ao assunto.

Família Tap-Beicile – Casa Fanti-Ashanti
Bossuns Masculinos (Oboró):

– Tap-Kromanti – Ojoufre – Opeledan – Adja Pong – Aden – Aizou – Akilonbé – Bessow – Abonagá – Aizan – Okoinin
– Johabe – Setojy – Okonfo – Kounté – Ahouangan
– Mamelubam – Ahouamby – Odamy

Bossuns Femininos (Yabá):

– Oberimesan – Omonansy – Onidegbow – Oberem
– Olulube – Eguinabá – Matindorú – Osambebe
– Adahowosan – Ajalanan – Dilamwy

Família Hudavisi-Alladá – Casa Fanti-Ashanti
Bossuns Masculinos (Oboró ):

– Akabashé – Zowhun – Okamby – Nyogbé – Gow Ajabyi
– Kohoussu – Agonjedam – Aynon – Pog-Lode – Agué
– Apojyi – Sansabosan – Anpuku – Obesevy – Kajanjá
– Demejy – Oranyin – Bobikuma – Asiby – Togum
– Apam – Olopopo – Anamabo

Bossuns Femininos (Yabá ):

– Obiasumabé – Gedeonsú – Ayosú – Osilahou
– Sunegan – Afefe – Anansé – Inayé
– Lakanjy – Osiby – Akosua – Ajiman

Existe um aspecto interessante na formação da “Família Houdavisi-Alladá da Casa Fanti-Ashanti, que comprova a tese da miscigenação étnica, cultural, transcendental e metafísica do grupo chamado Jêje. Sendo pelo próprio nome, Houdavisi-Alladá, já por si, declara que é oriunda do Dahomé e Togo, quando do reinado de Alladá no Dahomé, o qual se estendeu a oeste para o Togo e Ghana e à leste para a Nigéria.

Daí a grande incidência de Voduns dahomeanos, Orixás yorubanos e Bossuns Ashantis na formação deste Totem Familiar. Por outro lado, há que se destacar a “agregação” desta Família de Alladá à Casa Fanti-Ashanti em razão da origem dinástica Gá e Mina do então Rei Dahomeano Alladá, totalmente conflitante com a dinastia Fon, Ewe e Mahii dos Reis Ghêzo e Glé-Glé que antecederam e sucederam respectivamente à Alladá no trono do Dahomé .

Linhagem totêmica das famílias que compõem a Casa das Minas Jêje:
Família de Davisé – Reis, Imperadores, Príncipes e Princesas:
Voduns Masculinos (Oboró):

– Ahounomisavá – Daco – Donu – Koicinakaba – Dadaho
– Zomadonu – Bedigá – Dossú Kpé – Apoji
– Tossé – Jogorobossú – Agongonu

Voduns Femininos (Yabá ):

– Sepazin – Nanin – Tossá – Dossú – Dassé
– Akueví – Dagbé – Trotrogbe – Revive

Família da Danbirah – Voduns, Energias naturais e Encantos:
Voduns Masculinos (Oboró ):

– Sakpatá – Azonsi – Lepon – Poliboji – Borotoi – Bogoni
– Alougué – Bosukó – Hoejú – Abojú

Voduns Femininos (Yabá ):

– Azirí – Bossaladan – Ewá – Bonboromina
– Assoabebe – Sandolebe – Sanlevive – Ulolobé 

Os Voduns desta família são responsáveis pelos movimentos da natureza e seus elementos, sua fala e “encantos”(encantados e adaptados ao relevo brasileiro). – Está a provar, a existência de um encantado conhecido por “Légua Bogi Buá Trindade” – Assimilação de Elegbá+Polibogi. Este é um Vodun encantado do Tambor da Mata (Terecô) no Maranhão. Legbá (Exu) + Polibogi (Sakpatá)+Buá (Boa Dan)+Trindade (cristã).

Casa das Minas – São Luiz do Maranhão - Linhagem Totêmica:

Família de Envioso

Voduns e Energias do Fogo, Água e Encantos
Voduns Masculinos (Oboró ):

Sogbo – Envioso ou Hevioso – Ajauntó – Afrejó – Afreketi ou Vereketi – Ajanotoi – Loko

Voduns Femininos (Yabá ):

– Agbé – Agamavi – Naité – Badé – Lissá

A Família de Envioso é responsável pelo movimento do fogo, da água e a mistura de ambos os elementos. Uma das conseqüências desta mistura seria os raios nas nuvens, fato que classifica Envioso, Sogbo, Badé e Verekete, como Voduns dos raios, trovões e justiça, equivalendo-se aos Orixás Xangô, Ajaká, Aganjú e Abiodun dos Yorubanos. Já Lissa e Naité representam as águas salgadas que evaporam para formar as nuvens, enquanto Agamavi transforma-se em terra para receber a água e o sal oriundo da evaporação, ficando para Agbé o movimento de tudo através dos ventos, brisa, etc.

Raízes e totens familiares do Jêje Dahomé e Mahii Cachoeira/Ba

Linhagem no 1: Tia Paulina e Tia Mansur – Adalio Gunajá

Linhagem no 2: Gaiakú (Maria Angorense) – Tatá Fumontinho
Família de Dan – Voduns do movimento e 4 elementos

– Dadá Houmbe Lissa – Dadaho – Danbirah – Daidah
– Dankô – Dan Izo – Dan Gbee

Todos os Voduns da Família de Dan pela raiz de Cachoeira, são Andróginos e respondem nos 4 elementos da natureza, dentro e fora do Planeta Terra. A linhagem Dagomé na realidade é uma transmutação direta da Linhagem de Jethro, sogro de Moisés, que descendia da tribo de Dan.

Família de Oulissa: – Voduns da Vida, criação, concepção, etc.

– Lissa – Aziri – Naé – Naeté
– Naedone – Agbé – Ewá – Anabioko
Todos estes são Voduns Femininos (Yabá) envolvidos com as águas.

Família de Sakpatá – Voduns das doenças, pestes, curas, etc.

– Possun – Ajunssú – Azoani – Intoto – Pueu – Idarko
– Poliboji – Avimazi – Zangbeto – Ajagun.

Todos este Voduns são masculinos (Oboró), envolvidos com o ciclo da Vida e da Morte, punições, doenças, curas, medicina, pesquisas, etc.

Família de Gunokô – Voduns dos ventos, memória, passado

– Abé – Ijó – Huno – Zagan – Geledê – Tolugenan
– Afefé – Abé Dossú.

Família de Aguê – Voduns das matas, da fartura e encantos

– Igbó – Neossum – Loko – Ekun Wale – AgueEtalaAziri
– Aroni – Olugbuelé – Wawá – Layielú

À exceção de AgueEtalaAziri que é andrógino, os demais são Voduns Masculinos.

Família de Erzulie – Voduns da Origem marítima da vida

– Ajagurá – Erzulie Dantor – Aboto – Deí
– Olokun – Gbingbinbinikin – Dossukpé

Todos os Voduns desta família são femininos e governam os elementos líquidos.

Familia de Elegbá – Voduns da procriação, comunicação e trânsito

– Bará - Elegbará – Odin – Crebára - Obarainan - Ajelu
– Gú – Ogagun – Ossatiniko – Elegbá - Lalu - Iangui

Excetuados Gú e Ogagun, os demais são masculinos e femininos de tempos em tempos.

Assim fizemos um rápido relato da condição estrutural da Cultura Jêje trazida para o Brasil por cerca de apenas 10 ou 15% de todo o montante de escravos aportados aqui durante 300 anos. Como podemos notar, apesar do baixo percentual destes grupos étnicos no Brasil, sua influencia é preponderante nos restantes 85% que para cá vieram.

Continua... Aguardem...

JEJE MAHIN DO SUL DO BRASIL!




O Batuque do Rio Grande dos Sul


Orixás do Batuque
Batuque
O Batuque ou simplesmente Nação, é uma religião afro-brasileira, ou quem sabe afro-gaúcha, pois está presente principalmente neste estado e em lugares vizinhos a ele (como Santa Cataria, e outros países como Uruguai e Argentina). O Batuque tem seu culto voltado aos Orixás e é fruto de religiões dos povos da Costa da Guiné e da Nigéria, com as nações Jeje, Ijexá, Oyó, Cabinda e Nagô (e as chamadas “mistas” como Jeje-Ijexá, Jeje-Nagô, Nagô-Ijexá, etc). Apesar de diversas nações o culto do Batuque é praticamente homogeneo em todas as casas predominando a cultura Ijexá que cultua doze orixás (Bará, Ogum Oyá, Xangô, Odé e Otin, Ossanha, Obá, Xapanã, Oxun, Yemanjá e Oxalá), além dos Ibejis.
A Nação Oyó se caracterizava principalmente pela ordem das rezas: primeiro tocava-se para todos os Orixás masculinos, depois para os femininos, e finalizava-se com Oyá, Xangô e Oxalá (Oyá e Xangô no final, representando o Rei e a Rainha de Oyó)e dizem também que ao final da cerimônia, os orixás carregavam a cabeça dos animais a eles sacrificados, já em estado de decomposição, na boca.
A Nação Cabinda embora de origem bantu não cultua nkisis (muitos desconhecem esta palavra), mas sim Orixás, os mesmos de Ijexá, com acréscimo de algumas qualidades de Bará (Bará Legba) e Oyá (Oyá Dirã, Oyá Timboá) e o culto aos Eguns é muito forte nesta nação, tendo toda a casa de Cabinda o assentamento de Igbalé (casa dos mortos). Nesta nação os filhos de Oxun, Yemanjá e Oxalá podem entrar e sair dos cemitérios quando bem quizerem, sem que sua obrigação ou feitura seja prejudicada, diferentemente das demais nações, onde os filhos destes orixás só podem entrar em cemitérios quando for algo extremamente importante.
A Nação Jeje, assim como a Cabinda, adotou o panteão Yoruba dos orixás, que são os mesmos de Ijexá, sendo muito comum as casas de Jeje-Ijexá. Muitos sacerdotes da Nação Jeje do Batuque desconhecem a palavra Vodun, embora se tenha relatos de culto a algumas destas divindades antigamente. Os descentendes de Pai Joãozinho do Bará (Esú By) são os que mantém firme as tradições desta nação, como o uso de agdavís em seus rituais (chamado “Jeje de pauzinhos”), o assentamento de Ogun semelhante ao do Vodun Gun no Daomé, e existência de pessoas iniciadas para Dan e Sogbo. As cerimônias se iniciam com a parte Jeje (com cânticos no dialeto fongbe) e a dança em pares (simbolizando o par da criação Mawu-Lisa) e o toque com as “varinhas” e depois a parte Yorubá com as rezas tradicionais do Batuque.
A Nação Nagô é muito parecida com o candomblé tanto nas cerimônias como nas características dos Orixás. Nesta nação usa-se sacrificar os animais deitados e não suspensos como nas demais. Está quase extinta.
Orixás do Batuque
Os Orixás cultuados no Batuque são doze: Bará, Ogun, Oyá, Xangô, Odé, Otin, Ossanha, Obá, Xapanã, Oxun, Yemanjá e Oxalá. O culto aos Ibejis varia de acordo com a nação, sendo que em algumas (como na Cabinda) são associados e considerados como qualidades de Xangô (Xangô Aganju di Ibeji) e Oxun (Oxun Ipandá di Ibeji). Alguns orixás se dividem em qualidades, chamadas de “classes de orixá” no Batuque e depois é revelado somente ao filho e ao sacerdote o “sobrenome do orixá” que seria como o orukó/digina do candomblé. No Batuque acredita-se que a pessoa não deve ficar sabendo que foi possuida (“ocupada” é o termo do Batuque) pelo seu orixá, sob pena de ficar louco. Mas alguns dizem que não pode é ficar comentando sobre o que o orixá fez ou deixou de fazer, não se comenta sobre a incorporação. Os orixás do Batuque
Bará
É o primeiro a ser saudado em todas as ocasiões, e também é chamado de Exu. É o orixá que representa a comunicação entre os homens e as divindades e é aquele que abre os caminhos. Trás a chave nas mãos, simbolizando o “guardião de todas as portas” e é responsável pelo bom andamento dos negócios e tudo que se relaciona a dinheiro. Suas oferendas são basicamente constituidas com milho torrado, azeite de dendê e opetés de batata inglesa. A cor é o vermelho. Se divide nas classes:
BARÁ LEGBA ou ELEGBA: é sincretizado ao demônio e usa o tom escuro de vermelho, assentado fora dos templos e é responsavel pela comunicação entre os mundos. Segundo a tradição é daomeano, mas é cultuado somente na Nação Cabinda (?).
BARÁ LODÊ: assentado fora do terreiro, é responsável pela segurança do mesmo. É o orixá que mantém a estrutura do templo; sua sustentação depende do Bará ou Exu Lodê.
BARÁ ADAGUE: assentado dentro do terreiro e recebe suas oferendas na encruzilhada. É o mais chamado, pois faz a frente dos orixás Ogun, Oyá, Xangô, Odé, Otin, Ossanha, Obá e Xapanã.
BARÁ AGELU: é o Bará que faz frente para os orixás das aguas como Oxun, Yemanjá e Oxalá. Em suas oferendas usa-se, além do azeite de dendê, o mel.
BARÁ LANÃ: tem as mesmas atribuições do Bará Adague.
Saudação: Alúpo ou Lalúpo
Dia da Semana: Segunda-feira
Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Vermelho
Guia: Corrente de aço (para alguns), vermelho escuro (Legba), vermelha
Oferenda: Pipoca, Milho torrado, 07 batatas inglesas assadas e azeite de dendê
Ogun
Orixá da guerra, do ferro, da metalurgia. Tem praticamente as mesmas caracteristicas que a ele se aplicam no candomblé. Sua cor é o verde e vermelho, mas pode-se usar o azul escuro. Ogun Avagã tem seu assentamento do lado de fora e tem a mesma função de defender e equilibrar a casa, assim como Bará Lodê, e usa cores no tom escuro. Dizem que ele é um Vodum, conhecido como Gún Awagàn. Temos também Ogun Onira (ou Onire) e Ogun Adiolá (que vive junto aos orixás da água, Oxun e Yemanjá). A saudação do Ogun é Ogunhê.
Saudação: Ogunhê
Dia da Semana: Segunda-feira para Ogum Avagã
Quinta-feira para os demais
Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Vermelho e Verde
Guia: Vermelho e Verde escuros
Oyá
É a divindade dos ventos e das tempestades, uma das esposas de Xangô.   Rainha dos raios, ventos e tempestades, Oyá é um Orixá feminino, enérgico, sensual e autoritário. Na mitologia dos Orixás, Oyá primeiramente foi casa com Ogum, traindo-o mais tarde com Xangô, não abandonando as relações com seu primeiro casamento. Em outra passagem mitológica, Oyá é presenteada por Xapanã, que a concede o poder sobre os eguns – espíritos, tornando-se conhecida também por a Rainha dos Eguns.
Saudação: Epaiêio
Dia da Semana: Terça-feira
Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Vermelho e Branco
Guia: 01 conta vermelha, 05 contas brancas, 01 conta vermelha
Oyá Timboá (Cabinda) é tida como “a mais quieta” que sabe fazer as coisas. Oyá Dirã (igualmente Cabinda) é a dona dos Eguns.
Xangô
O Orixá do fogo e do trovão, Senhor da Justiça, considerado um Orixá vaidoso, que gosta de festas e comemorações. Sua sensualidade atrai as mulheres de modo geral, na Mitologia dos Orixás, Xangô é casado com três mulheres: Oyá, Obá e Oxun. Tem as classes Aganju e Agodô.
Este Orixá é sempre lembrado, pelos fiéis do Batuque, em casos de difícil resolução e justiça, já que suas atitudes são sábias e rígidas.
Saudação: Caô Cabecile
Dia da Semana: Terça-feira
Número: 06 e seus múltiplos
Cor: Vermelho e Branco
Guia: 01 conta vermelha, 01 conta branca, 01 conta vermelha
Odé e Otin
No Batuque, estes dois Orixás são cultuados juntos. São os protetores das matas e dos animais silvestres e selvagens. Os filhos de Otin são quase inexistentes, pois na Mitologia, Otin não teve filhos na terra, dando assim as cabeças dos filhos para Odé. Com o passar dos tempos já se nota a existência de filhos de Otin, caso raro e absurdo para muitos Pais-de-Santo. Não se sacrifica para um sem dar para o outro, os animais são os mesmos, mudando apenas o sexo.
Saudação: Oquebambo
Dia da Semana: Sexta-feira, pois é o dia da Iemanjá, que é mãe de Odé, para outros Segunda-feira
Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Azul forte e branco para Odé e Azul forte e rosa para Otin
Guia: 01 conta azul, 01 conta branca, 01 conta azul, para Odé  e 01 conta rosa, 01 conta azul, 01 conta rosa, para Otin.
Ossanha
A este Orixá pertence todas as folhas medicinais e ervas utilizadas nos rituais de Nação, por este motivo, temos um Orixá muito respeitado e cultuado em todos as Casas de Religião, podemos dizer que Ossanha possui a solução para todos os problemas relacionados a cura de enfermos, tanto material quanto espiritual.  Este Orixá não possui uma das pernas, caminha com auxílio de muletas, quando se manifesta em algum filho, este dança normalmente em apenas em uma de suas pernas.
Saudação: Ewe o
Dia da Semana: Segunda-feira
Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Verde Claro e amarelo.
Guia: 01 conta verde e 01 conta branca alguns usam verde e amarelo.
Obá
Todas as máquinas, carros e navios estão relacionados com Obá, pois a ela pertencem a roda e o leme. Tem as mesma lenda do candomblé.
Saudação: Exó
Dia da Semana: Segunda-feira ou Quarta-feira
Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Rosa
Guia: toda rosa
Xapanã
Sua Mãe, Nanã Burucun, abandonou-o na praia quando pequeno por suas feridas em grande quantidade. Xapanã foi recolhido as profundezas do oceano, cuidado e criado por Iemanjá, que fez para ele uma roupa de palha-da-costa, cobrindo-o da cabeça aos pés. Ficou forte e saudável, porém as cicatrizes nunca desapareceram. Normalmente os filhos deste Orixá são marcados pelo corpo, com pequenas feridas, espinhas, manchas e secreções que assim como aparecem, desaparecem, ficando neste processo pelo resto da vida. Tem as qualidades Jubeiteí, Belujá e Sapatá (este último vem do nome do vodun Sakpata)
Saudação: Abáo!
Dia da Semana: Quarta-feira
Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Vermelho e Preto  e para Sapatá roxo.
Guia: 01 conta vermelha, 01 conta preta, 01 conta vermelha e para sapatá roxa.
Oxun
Senhora soberana das águas doces. Todos os rios, lagos, lagoas e cachoeiras pertencem a este Orixá. O casamento, o ventre e a fecundidade e as crianças são de Oxun, assim como, talvez por consequência, a felicidade. O ouro e o dinheiro em todas as suas espécies também são de Oxun. Pela hierarquia é o primeiro Orixá doce seguida de Iemanjá e Oxalá, formando assim o grupo de Orixás chamado de Cabeças Grande. Tem as qualidades Oxun Ipondá ou Pandá (jovem e muito bonita, esposa de Xangô), Oxun Ademun (misteriosa, representa o fundo dos rios), Oxun Adocô ou Docô (cuida das crianças e faz frente com Oxalá) e Oxun Olobá (muito antiga).
Saudação: Iê iêu!
Dia da Semana: Sábado
Número: 08 e seus múltiplos
Cor: Todos os tons de amarelo, a escolha do tom depende da característica da Mãe
Guia: toda amarela de um mesmo tom, o tom varia com a característica da Mãe
Yemanjá
Com certeza não existiria outro elemento da natureza para representar e ser o habitat deste Orixá, como o mar. O mar é lindo, fascinante e belo, porém na maioria das vezes severo e perigoso quando não respeitado ou usufruído da maneira correta, características diretamente relacionadas com a Grande Mãe. Nanã Borocun que no candomblé é um orixá a parte, no Batuque é uma qualidade mais velha e antiga de Yemanjá. Tem também as qualidades de Boci e Bomi.
Saudação: Omi odô! alguns usam Omi Odo Iyá!
Dia da Semana: Sexta-feira
Número: 08 e seus múltiplos
Cor: azul claro, azul forte ou incolor, dependendo da característica da Mãe. Para Nanã Borocun usa-se o lilás.
Guia: toda da mesma cor, o tom do azul ou se for incolor varia com a característica da Mãe e para Nanã o lilás.
Oxalá
Pai de todos os Orixá e mortais, Oxalá é o maior e mais respeitado Orixá nas Nações africanas, a paz e a harmonia espiritual são as características deste que é o Criador e Administrador do Universo. Quando moço, se manifesta em seu Cavalo-de-Santo dançando como os outros Orixás, quando se apresenta em suas passagens velhas, chega se arrastando caminhando com dificuldade, muitas vezes fica parado no lugar esperando o auxílio de algum Orixá moço. Pertence a Oxalá de Orumiláia (que no Batuque é qualidade de Oxalá e seria Orumilá no candomblé) a visão espiritual, como consequência o jogo de Búzios. Existem qualidades como Oxalá Olocun (ligado a Yemanjá e as águas), Oxalá Jobocun e Oxalá Dacun.
Saudação: Epaô Baba!
Dia da Semana: Domingo
Número: 08 e seus múltiplos
Cor: Branco e Branco com preto para Oxalá de Orumiláia
Guia: toda branca ou 01 branca, 01 preta, 01 branca para Oxalá de Orumilá.
A ordem de saudação destes orixás é: Bará (legba, lode, adague, lanã, agelu), Ogun (avagã, onira, olobedé, adiolá), Oyá (oyá timboá, oyá dirã), Xangô (aganju, agodô), Odé e Otin, Obá, Ossanha, Xapanã (jubetei, belujá, sapatá), Oxun (pandá, ademun, doco, olobá), Yemanjá (boci, bomi, nanã-borocun) e Oxalá (olocun, obocun, dacun, jobocun e Oromiláia).
Rituais de Aprontamento
Bori de Aves
Para alguns, a principal obrigação do Batuque. Nesta obrigação, após jogada e confirmada nos Búzios a cabeça e passagens (corpo, pernas, etc) do filho será sacrificado sobre sua cabeça a ave(galo ou galinha e pombo ou pomba) específica de seu Orixá, no seu corpo outra ave correspondendo ao Orixá que cuidará desta passagem. Nesta obrigação o filho-de-santo estreita sua relação com o Orixá, concebendo também uma forte raiz dentro da Nação Batuqueira, tendo em um pote (estilo bomboniere), denominado de Bori, uma moeda, búzios e mel a representação de sua cabeça ligada ao seu Orixá, tornando-se assim um filho da Religião.
Bori de Quatro-pés
Seria uma graduação e maior estreitamento com seu Orixá dentro da Religião, nesta obrigação além das aves, serão sacrificados no Bori também os animais de quatro patas (cabritos, ovelhas, etc) referente a cada Orixá.
Assentamento da Vasilha sobre Acutá ou Alcutá
Assim como a Umbanda tem sua força representada nos vegetais a Nação além disto apresenta a forma mineral para representar seus Orixás. Os acutás, (cada Orixá possui seu modelo e tipo) são pedras colocadas em uma vasilha de barro com as ferramentas de cada Orixá, onde, após o sacrifício de seus animais de pena e quatro patas, será a sua representação.
Aprontamento de Ofá (Búzios) e Obé (faca)
Nesta graduação o filho-de-santo se prepara para em futuro próximo ser um Pai-de-Santo. Consiste em assentar na vasilha todos Orixás de Bará até Oxalá, o filho então além de ter sua “cabeça” e suas passagens, passa agora a ter todos os Orixás com nome e sobrenome, sento em vasilhas representados em seus acutás e ferramentas. O futuro “pronto” preparará também neste ritual, sua faca, que futuramente usará em sacrifícios para seus futuros filhos e seus búzios, ferramenta esta que usará para guiar a sua vida e dos seus, quando tiver montada sua Casa de Religião.
Alguns mencionam ainda o Mieró como primeira obrigação, feito somente com ervas, e o Aribibó que antecede o Bori de Aves e é feito somente com pombos. (Ritual de Cabinda).
A Festa do Batuque
Após as obrigações cumpridas e encerrada a Levantação (nome dado ao término das obrigações pois como diz a palavra, será levantado todas as frentes que ficaram em um determinado tempo dentro do Quarto-de-Santo), será tocada a Festa, o Batuque.
Normalmente como em uma festa social, muitos convites foram distribuídos para outras Casas de Religião, fiéis e até mesmo curiosos.
O Pai ou Mãe-de-Santo, ajoelhado em frente ao Quarto-de-Santo (lugar onde fica os assentamentos dos orixás), juntamente com todos seus filhos e demais convidados de Religião, tocando a sineta, faz a chamada de todos os Orixás de Bará a Oxalá com suas saudações específicas, pedindo a cada Orixá as coisas que a eles competem. Terminada a chamada, o Pai-de-Santo autoriza o tamboreiro a começar o toque, que correrá em ordem de Bará a Oxalá. Todos que estão na roda dançam com as características de cada Orixá ao qual está sendo tocada a reza, como por exemplo na reza do Bará, todos dançam como se abrindo portas com uma chave em punho na mão direita, já que este Orixá é o dono da chave e abertura dos caminhos, na Reza do Ogum, os fiéis dançam com a mão direita como uma espada tocando a mão esquerda.
Dentro da Festa existem rituais específicos que chamados  de “Axé”, como por exemplo:
Axé da Balança:
Se a Obrigação que originou a Festa teve o corte de quatro-pés, deverá ser realizada dentro das Rezas para Xangô a Obrigação da Balança. Neste ritual o tamboreiro para o toque, para que o Chefe da Casa organize a roda, neste momento normalmente o salão esvazia, pois acredita-se ser um ritual muito perigoso, pois, todos dançaram de mãos dadas, todos de frente para o centro da roda, onde calmamente será tocado pelo tamboreiro a Reza específica para este Axé (alujá) e todos começarão um movimento de abrir e fechar esta roda, acompanhando o toque do tambor que irá acelerando gradativamente e com as mão bem seguras pois se arrebentar a Balança, deverá ser pedido misericórdia para Xangô para que nenhum filho venha a morrer. Neste momento até acabar o toque, se manifesta um grande número de Orixás e todos deverão se manter de mãos dadas até que o tamboreiro encerre a Reza. Somente participa da Balança filhos ou convidados que já possuam a Obrigação de quatro-pé.
Existem ainda outros Axés como por exemplo: Axé do Atã, Axé do Ecó e etc.
Após o Axé do Ecó, que será realizado após as Rezas de Xapanã, onde foi limpado e retirado da Casa todas as impurezas e vibrações negativas, começa o toque para os Orixás Velhos ou Doces, toca-se para Oxum, Iemanjá e Oxalá, terminando assim a Festa.
Normalmente o Batuque começa a meia-noite e estende-se até as seis ou sete horas da manhã, isto também é uma influência dos escravos, já que os negros na época da escravatura podiam fazer seus rituais somente após terminados seus trabalhos para os seus Senhores, ou esperar com que eles fossem dormir.
Axé do Ecó
O Ecó é uma mistura de certos ingredientes oferecidos aos orixás para servirem como imãs de energias negativas. São oferecidos ecós para os orixás Bará, Ogun, Oyá, Xangô, Oxun, Yemanjá e Oxalá.
Não é costume o uso de paramentas no Batuque (embora alguns usem e às vezes até estrapolam), somente saias rodadas e coloridas, guias (colares) e mais algum apetrecho, semelhante ao Tambor de Mina no Maranhão.
Algumas casas tem “misturas” de candomblé como o uso de pipocas nas rezas de Xapanã, ou profa de fogo com Xangô, mas os mais velhos dizem que isso é errado